
Em comum, as pautas mais discutidas foram os mecanismos para fortalecer a integração e as críticas à crise capitalista, iniciada nos países ricos, e às políticas imperialistas dos EUA para o sub-continente. Acompanhe entrevista com Titi Alvarez, diretora de Solidariedade Internacional da UJS, que participou das atividades.
1) Diversas agendas de integração latino-americana e caribenha aconteceram agora, na Bahia, os últimos dias. Qual a importância desse momento para a luta dos povos do continente e no cenário mundial?
Titi: Primeiro, é importante destacar que a realização de um encontro apenas dos presidentes latino-americanos e caribenhos, sem a presença dos Estados Unidos, mostra uma alteração de agenda. Hoje, a discussão é para avançar na integração solidária da América Latina, o que se deve aos novos rumos políticos abertos aqui em nosso continente.
Mostra ainda que, enquanto Bush é escorraçado a sapatadas mundo afora, a união entre as nações latino-americanas e caribenhas se fortalece, sem precisar das bençãos do imperialismo. Isso é emblemático da luta por construir uma nova ordem multipolar no mundo.
Além disso, devemos valorizar muito a presença de Raul Castro, presidente da aguerrida Cuba. Dessa maneira, os demais países transmitem o recado que apóiam Cuba e querem o fim do criminoso embargo imposto pelos EUA.
2) Como foi a participação da UJS?
Titi: A UJS participou ativamente da Cúpula dos Povos e da Cúpula Social do Mercosul. Participamos de todos os debates e marcamos grande presença na passeata, com centenas de militantes mobilizados.
A REJ (Reunião Especializada de Juventude), que é o recorte de discussão sobre políticas públicas de juventude do Mercosul, foi o grande destaque, pois foi a primeira edição com participação aberta aos movimentos sociais. Nessa reunião, buscamos mostrar que o momento exige novas atitudes, já que podemos apresentar propostas de políticas e obter avanços concretos para os jovens do nosso continente. Por isso, valorizamos as políticas que ajudem a combater as assimetrias entre os países que impactam na juventude, como a Unila (Universidade da Integração Latino-Americana), a circulação acadêmica, os intercâmbios, a validação do registro profissional de formados em outros países, dentre outras.
3) Quais as principais bandeiras levantadas pela Cúpula dos Povos?
Titi: Há uma unanimidade contra a reativação da Quarta Frota e a militarização do continente. Os povos de todos os países lutam contra as intenções do imperialismo de colocar suas garras por aqui.
Outra luta é pela desativação da base de Guantânamo, símbolo da tortura, da violência e da guerra imperialistas. Há também a forte solidariedade e a luta contra o criminoso bloqueio a Cuba.
Por fim, é muito importante a luta para impulsionar o conselho de segurança integrado dos países latino-americanos. Essa é justamente uma resposta contra as tentativas de agressão dos EUA vindas, por exemplo, da reativação da Quarta Frota.
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